Empresa obtém liminar contra os vigilantes.

por Antonio Daniel da Silva publicado 05/03/2015 08h49, última modificação 05/03/2015 08h49

A greve dos vigilantes completou três dias ontem, 4, em Natal. Desde o início da semana, instituições que precisam dos serviços da segurança privada estão com atendimento reduzido, sendo que o maior atingido foram os bancos.

Entretanto, a empresa Prosegur, responsável pela segurança de algumas agências privadas, como Itaú, Bradesco e HSBC, entrou com uma liminar na qual obrigou os vigilantes contratados a voltarem ao trabalho.

As agências de instituições públicas, como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste ainda continuam sem funcionar. Alguns vigilantes, que não quiseram ser identificados, comentaram que algumas empresas estão ameaçando demitir os vigilantes caso eles não retornem às atividades.

Com a falta de seguranças, apenas a parte de caixas eletrônicos está funcionando. De acordo com a Lei nº 7.102/1983, a parte interna dos bancos só funciona com a presença de apenas um vigilante privado.

“Nós queremos um diálogo com os patrões, mas até agora não tivemos. A greve só vai terminar após uma negociação”, disse Francisco Benedito, coordenador geral do Sindicato Intermunicipal dos Vigilantes (SINDSEGUR).  As filas nas agências públicas ainda estavam enormes.

Durante a entrevista com o Francisco Benedito, um cidadão que estava saindo da agência do Banco do Brasil da Avenida Rio Branco, no bairro de Cidade Alta, discutiu com o sindicalista. “Por que vocês fizeram isso? Tem idosos na fila esperando por horas e não sabem fazer o pagamento direito no caixa eletrônico por conta de salário”.

Benedito, por sua vez, comentou ao rapaz que “não está pensando em apenas no aumento de salário, mas também por melhores condições de trabalho”.

Após a discussão, o coordenador disse que alguns mais exaltados já apareceram para comentar algo parecido. “Nós temos que respeitar as opiniões que são divergentes das nossas”, afirmou.

A principal reivindicação da categoria era o aumento salarial de 12% e um vale-alimentação de R$ 15,00. Porém, os donos das empresas de segurança privada propôs o reajuste de 6,23%, equivalente à inflação, que foi recusada pela categoria em reunião na superintendência do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Na terça-feira passada, 3, o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Rio Grande do Norte (SINDESP) disse que os vigilantes não estão cumprindo a lei de greve e que menos de 30% está em atividade.

Benedito nega as acusações. “A liminar que foi expedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) disse que a greve é legítima e disse que poderíamos paralisar 50% das atividades. É o que nós estamos fazendo”, comentou.

A liminar que o coordenador mencionou foi uma liminar, na qual pedia a suspensão imediata da paralisação. A desobediência levaria ao pagamento diário de R$ 30 mil em multa. Porém, o Sindsegur entrou com um recurso. Esta é a maior greve dos vigilantes, a última aconteceu há 21 anos.

 

Publicado em Gazeta do Oeste, por Blog Gazeta do Oeste.