Ex-presidente Ricardo Motta nega envolvimento em esquema.

por Antonio Daniel da Silva publicado 25/08/2015 09h50, última modificação 25/08/2015 09h50

“Quanto a essas investigações, declaro que jamais interferi de qualquer maneira em questões a elas pertinentes”, Ricardo Motta, deputado estadual

As investigações em torno dos desvios de recursos na Assembleia Legislativa poderão atingir outros ex-presidentes da Casa. No fim da semana passada, gravações realizadas pelo Ministério Público e autorizadas pela Justiça, revelaram indícios de participação do ex-presidente do parlamento, deputado estadual Ricardo Motta (Pros), ele seria o primeiro a ser citado. A perspectiva de ampliação das investigações atingirem outros parlamentares deve-se ao fato de que a operação coletou indícios de 2006 até 2015. Neste período, Robinson Faria (PSD), Márcia Maia (PSD), Ricardo Motta (Pros) e Ezequiel Ferreira de Souza Filho (PMDB) ocuparam a presidência do Poder Legislativo norte-rio-grandense.

O Ministério Público do Estado entende que, no caso especifico do ex-presidente, tanto existem sinais claros de articulação bem definidas nas ações, quanto interesse do parlamentar em oferecer defesa jurídica aos servidores convocados prestar depoimento a respeito de questões relacionadas com a investigação no parlamento norte-rio-grandense.

“Tais áudios revelaram o quão articulados ainda estão os integrantes dessa associação criminosa em destaque nos dias atuais. E mais que isso. A movimentação com vistas a destacar advogados para acompanhar os servidores notificados, bem como em convocar reuniões no afã de orientá-los quanto ao modo de proceder e de relatar os fatos que lhe seriam questionados, tudo no intuito de obstaculizar o trabalho investigativo promovido pelo Ministério Público no presente caso, revela o receio de que estes fossem atingidos como alvo da presente investigação”, diz o MP.

O ex-presidente Ricardo Motta encaminhou nota à imprensa do Rio Grande do Norte, onde negou que tenha participação no esquema investigado pelo Ministério Público. O parlamentar que também ocupa a presidência do Partido Republicano da Ordem Social no Rio Grande do Norte, também fez questão de dizer que, enquanto ocupou a presidência do parlamento não fez nada que viesse a desabonar sua conduta e honradez.

“A respeito de matéria de hoje (ontem) da Tribuna do Norte, afirmo que durante minha Presidência na Assembleia, de fevereiro de 2011 a janeiro de 2015, sempre estive a par dos assuntos administrativos da Instituição, inteirando-me de tudo quanto tivesse pertinência com as questões institucionais da Casa. Com referência a eventual interesse meu na reunião reportada pela Tribuna do Norte, afirmo categoricamente que com certeza ali se tratava das mesmas questões institucionais, sem qualquer vinculação com as investigações do Ministério Público então em curso, e atualmente objeto do noticiário. Quanto a essas investigações, declaro que jamais interferi de qualquer maneira em questões a elas pertinentes, e só tomei conhecimento de tais investigações quando agora vieram a público. Como presidente da Assembleia cumpri meu dever de administrar plenamente a Casa, sendo afrontosa à minha honra e dignidade a afirmação de que procurei interferir em investigação, ou ajudar quem possa à Instituição ter causado prejuízo”, afirmou em nota o deputado estadual Ricardo Motta.

 

Publicado em Gazeta do Oeste, por Blog Gazeta do Oeste.